Javier Clavo - Amanecer (1978)
56. Os sóbrios alvores da madrugada
Os sóbrios alvores da madrugada,
essa hora sem definição
em que o mundo indeciso
abandona a noite e o sono
e se entrega à lassidão da vida.
Contemplo a clara obscuridade
e espero que chegues
do mundo antigo do sonho,
rosa invisível cantada
na memória de cada pétala perdida.
Quando chegas com voz outonal,
olho em silêncio a queda das folhas
e traço uma fronteira de seda
para que o teu corpo ao atravessá-la
se cubra na luz do desejo.
Tens ainda a última palavra,
antes que irrevogável o dia chegue.
Penumbra azul e nevoeiro,
súbita sombra onde arde
a deslumbrada voz do coração.
Os sóbrios alvores da madrugada,
essa hora sem definição
em que o mundo indeciso
abandona a noite e o sono
e se entrega à lassidão da vida.
Contemplo a clara obscuridade
e espero que chegues
do mundo antigo do sonho,
rosa invisível cantada
na memória de cada pétala perdida.
Quando chegas com voz outonal,
olho em silêncio a queda das folhas
e traço uma fronteira de seda
para que o teu corpo ao atravessá-la
se cubra na luz do desejo.
Tens ainda a última palavra,
antes que irrevogável o dia chegue.
Penumbra azul e nevoeiro,
súbita sombra onde arde
a deslumbrada voz do coração.
Quem disse que as madrugadas só anunciam a partida?!
ResponderEliminarUm belo poema do reencontro ao alvorecer.
Abraço
Muito obrigado.
EliminarAbraço