Segundo Nadim Habib, director da Nova
Executive Education, citado pelo Expresso, os portugueses trabalham em
média 1700 horas/ano, mais quatrocentas (400) que os alemães. Os portugueses
”produzem pouco com esse trabalho. Geralmente isso significa falta de uma
estratégia clara que nos ajude a definir o que vamos fazer e, ainda mais importante,
o que não vamos fazer”, considera Habib. Eis o retrato da baixa produtividade
portuguesa. Percebe-se, de imediato, que as medidas do governo – aumento do
horário de trabalho e o fim de quatro feriados – são inúteis e derivam apenas
de preconceitos ideológicos contra aqueles que trabalham por conta de outrem.
Se as instituições privadas ou
públicas têm baixo rendimento, o problema encontra-se na forma como as suas
direcções e administrações organizam e gerem o trabalho. São incapazes de
instituir métodos de trabalho eficazes e motivadores, e não têm capacidade de
discernir o que deve ser feito e aquilo que representa um desperdício de tempo
e de empenho por parte de quem trabalha. O grande défice não é das horas de
trabalho, como pretenderam Passos Coelho e Vítor Gaspar, mas do uso de técnicas
de gestão e direcção adequadas. Seria sensato, por exemplo, que um governo
preocupado com a produtividade nacional fizesse um esforço, em colaboração com
as empresas, no sentido de tornar a gestão e direcção do trabalho mais
eficiente.
O que aconteceu, porém, é que o
governo decidiu reforçar as más práticas dos directores, gestores e
administradores, ao alargar o tempo de trabalho que as pessoas são obrigadas a
realizar. Foi um prémio à incompetência, à negligência, à falta de estudo e de
organização. Em vez de criar condições para que a gestão da produtividade do
trabalho aumentasse, criou as condições contrárias, tornando ainda mais fácil
as práticas desleixadas e desorganizadas dos responsáveis por empresas e
instituições públicas.
Por que razão acontece isto? Pelo
simples facto de sermos governados por pessoas extremistas, insensatas e cheias
de preconceitos ideológicos. O programa do governo assentou, desde o início, na
decisão de castigar as pessoas que trabalham por conta de outrem. No fundo, o
governo está convencido de que o atraso da economia portuguesa se deve à
protecção dos trabalhadores. Em vez de tentar perceber os casos de sucesso –
onde a produtividade está ligada à excelência da gestão e à motivação dos
trabalhadores – o ódio ideológico ao mundo do trabalho não permite aos
governantes melhor do que tornar a vida de quem trabalha ainda mais infernal.
Deste devaneio ideológico, só podemos esperar o pior.
Concordo plenamente. Jorge, que não é quantidade de horas que resolve o problema da baixa produtividade, mas sim a qualidade de trabalho e a falta de eficácia devido a essas lacunas de gestão, aliadas a muita falta de visão, que refere. Um tema pertinente e eterno cá no nosso burgo, infelizmente, que dá mesmo pano para mangas.
ResponderEliminarInfelizmente é um tema eterno. Talvez não tenha solução.
EliminarO que temos são governante e gestores incompetentes e "deformados" que não passam de capatazes de estofo moral duvidoso e não poderão nunca dignificar a função dos que trabalham.
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Abraço
E tudo indica que não teremos direito a mais.
EliminarBom fim-de-semana
Abraço