Filippo Tommaso Marinetti - Prampolini
O extremismo político não se combate pelo exorcismo. Quando se chega ao tempo do exorcismo (aqui e aqui), como acontece agora em França, é porque aquilo que deveria há muito ter sido feito não o foi. O apelo dos grupos radicais, as tomadas de posição racistas, a intolerância crescem porque as condições sociais e económicas adoptadas pela União Europeia permitiram que o ovo rebentasse e a serpente eclodisse. Quando um ministro socialista francês acusa o comissário Barroso de ser o alimentador da extrema-direita tem alguma razão. Esquece, porém, como os socialistas europeus - nas suas diversas denominações, trabalhistas, sociais-democratas e socialistas - cooperaram activamente com a direita liberal para fazer estilhaçar o equilíbrio social existente. Que diferença haverá entre os socialistas franceses, agora tão indignados e com um problema sério entre mãos, e os comissários europeus? Não foram todos cúmplices na destruição do Estado providência, nos ataques às soberanias nacionais, na política de acumulação de capital, na destruição da indústria europeia? Agora começa a liturgia do exorcismo, mas a continuar assim ela servirá apenas para aplacar algumas consciências mais sensíveis. Quem não gosta de tempestades, não semeie ventos. Ora os governantes europeus há muito que se tornaram semeadores de ventos.
Como dizia Brecht: O ventre que pariu o fascismo ainda está fecundo.
ResponderEliminarA Europa está a transformar-se, paulatinamente, numa barriga de aluguer e há quem ainda não tenha percebido que vai ajudar no parto.
Lamentável...
Abraço
Não se aprendeu nada com o que conduziu à primeira guerra mundial e, depois, à segunda.
EliminarAbraço