Edward Burne Jones - Noite (1870)
70. Eis os dias de azedume, o sombrio tempo
Eis os dias
de azedume, o sombrio tempo
em que se
desmorona a vida plácida,
a hora em
que o sossego se desfaz,
e tudo se
incendeia na praça pública.
Vejo jardins
ardidos, devastados
pelos negros
corcéis da desrazão.
Vejo ruínas
onde antes se erguia,
transfigurada,
a casa da manhã.
Noite,
noite, terrível e funesta
deusa, deixa
dormir o teu império.
Devolve aos
mortais a pouca luz
que sustenta
o sombrio e duro inverno.
Vai-te, leva
contigo os dias azedos.
Que volte
pura a luz da madrugada.
Talvez fechando os olhos a encontremos dentro de nós. Tirando isso não sei onde esteja, por estes tempos de névoa e chumbo, a luz da madrugada.
ResponderEliminarSim, não são tempos luminosos, antes pelo contrário.
Eliminar"Dies Irae".
ResponderEliminarÉ precisa aquela clara madrugada...
Abraço
É precisa!
EliminarAbraço