Honoré Daumier - A revolta (1860)
Greve dos professores em Portugal, revoltas na Turquia, a história, apesar da eterna mudança a que está sujeita, é um lugar de tédio nunca desmentido. O tédio nasce pela contínua repetição do mesmo esquema, apesar dos figurantes mudarem continuamente. Os poderosos e os destituídos de poder, os que exercem a dominação e aqueles que a sofrem. Quando o laço entre ambos se rompe, nasce a revolta. As revoltas não significam que os destituídos de poder e os que sofrem a dominação queiram tomar o poder. As revoltas nascem sempre de uma sensação de traição. Os professores portugueses sente-se, há muito, traídos pelos ministros da educação. Os turcos que protestam sentem-se traídos pelo governo que elegeram.
As revoltas, as greves, os protestos são sempre o sinal de que o poder não honrou um compromisso, um compromisso inexplícito mas conhecido pelas partes. Quando esse compromisso não escrito é honrado, as greves desaparecem, as revoltas não acontecem, o tumulto não desce às ruas. O poder, porém, nunca aprende. Cegos, os governantes julgam que vão poder submeter pela força aqueles a quem estão a trair. A verdade, porém, como a história não se cansa de mostrar, acabarão por cair, olhados com desprezo pela multidão. Passos Coelho e Nuno Crato já se esqueceram de Sócrates e de Lurdes Rodrigues? Erdogan já terá esquecido o que se passou na Líbia, na Tunísia ou no Egipto? A história é um imenso tédio: a arrogância do poder, a traição dos governantes e a revolta dos governados, dos que sofrem o arbítrio dos poderosos.
As revoltas, as greves, os protestos são sempre o sinal de que o poder não honrou um compromisso, um compromisso inexplícito mas conhecido pelas partes. Quando esse compromisso não escrito é honrado, as greves desaparecem, as revoltas não acontecem, o tumulto não desce às ruas. O poder, porém, nunca aprende. Cegos, os governantes julgam que vão poder submeter pela força aqueles a quem estão a trair. A verdade, porém, como a história não se cansa de mostrar, acabarão por cair, olhados com desprezo pela multidão. Passos Coelho e Nuno Crato já se esqueceram de Sócrates e de Lurdes Rodrigues? Erdogan já terá esquecido o que se passou na Líbia, na Tunísia ou no Egipto? A história é um imenso tédio: a arrogância do poder, a traição dos governantes e a revolta dos governados, dos que sofrem o arbítrio dos poderosos.
A História tem-se repetido, sobretudo nas coisas más.
ResponderEliminarFukuyama falou do fim da História com a vitória definitiva do Capitalismo (liberalismo), mas quero acreditar que, apesar de tudo, aquilo a que estamos assistir não será o fim, mas sim o "princípio" de um novo salto qualitativo.
Abraço
Não sei se há saltos qualitativos na história. As coisas mudam, mas seremos diferentes de há 2 mil anos? O Kant acreditava no progresso moral da humanidade. Eu não consigo acreditar, embora gostasse muito. Quanto ao progresso sou, digamos, agnóstico, quase ateu.
EliminarAbraço
Talvez que, apesar do tédio que vem da repetição, estejamos todos a ficar mais atentos, mais críticos, mais conhecedores. Penso que, com isso, virá mais exigência. Talvez.
ResponderEliminarMas que são tempos de grande perplexidade, lá isso são. E tempos de muita manipulação, muita intimidação.
Vamos ver quem acaba por ceder.
Uma vez mais aqui exprimo a minha solidariedade para com os professores. Não merecem este ataque.
Um abraço!
Como em tudo na política, vai ceder o mais fraco. Veremos se os professores para além da força da razão têm a razão da força. Neste caso, força significa laços de união e objectivos comuns. Obrigado pela solidariedade.
EliminarAbraço.