Kazimir Malevich - River in the Forest (1908 ou 1923)
6. O Rio
O rio que passa nos meus olhos é
um fogo-fátuo, uma pedra
desenhada no sono, a areia onde
te escondes, refúgio da meia-noite.
Nos meus olhos correm águas desse
rio vindo do norte para
se abrir na textura da tarde e
cantar na força hidráulica
com que te vejo passar.
Um sopro, um sorriso, um obscuro olhar
de animal impaciente, a luz
resplandecente do rio em que
despido e cantante mergulho
na vertiginosa voragem dos teus olhos.
(Rumores
de Maio, 1977)
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