José de Togores - Busto de mujer (1923)
Inútil. Aquele que ainda há pouco fremia dorme agora. Tanta exaltação e
depois a melancolia, a sombra que tolhe a vontade, o desejo tornado recordação
até que volte, com o seu império precário, oferecer a luz negra de um em outro
corpo. Olho-me ali, vejo-me entregue, o meu desejo no desejo que arde sobre
mim. Estanco o riso, arfo, deixo que o som me saia da boca, corro as persianas
do pensamento e aprendo o significado da fidelidade. Não pensar, não olhar,
permitir que as minhas sensações imitem o calor, a luz, a exalação de um último
suspiro nuns braços prestes a morrer.
Belo texto e bela imagem, e que bem combinam um com o outro.
ResponderEliminarMuito obrigado.
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