Não fora a
floresta onde te perdi,
A luz
transviada pelo medo,
E a solidão
cantaria na orla da estrada;
Sombria
sombra haveria de ti.
Procuro-te
em lugar nenhum,
Nas águas
translúcidas presas no sol,
Na boca
inocente de um animal
Da vida libertado
pela madrugada.
Não pertenço
a estirpe alguma,
A genealogia
não me recomenda.
Sou um lobo
que aguarda a hora
E dorme
sobre cama de pedras.
Espero que venhas
de mãos vermelhas
E me leves
para o silêncio da toca.
Belíssimo! Incluindo a evocação ao Capuchinho Vermelho, a mim pelo menos a imagem surgiu-me imediatamente. Lobos solitários, mãos vermelhas, sangue, silêncio da toca.
ResponderEliminarMuito obrigado, Maria. Depois de o escrever, ao lê-lo pela primeira vez, também essa associação veio ao meu espírito. Mas é uma associação de leitor e não de escritor. Este é cego para aquilo que vem na linguagem.
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