O sol, negro
símbolo do castigo,
Sintoma e
prova da expulsão do paraíso.
As casas
arfam na madrugada,
E as ruas
exalam alcatrão derretido.
Sonho com
montanhas e água, neve fria.
Sonho com um
tempo transfigurado.
Vejo andores
e santos pela praça,
Uma dança
tribal na paisagem cansada.
Ó deuses
solitários tende piedade.
Uma canção,
no horizonte longínquo,
Um sonho, prece
na forja do tempo.
A primavera
regressou. E vós deuses
Dizei-me:
onde está o vosso poder,
Onde a água
que o inverno roubou?
Eu poderia ser tua irmã, Jorge. Assim partilharíamos uma genética aversão a este tempo que é metáfora destes tempos. O sol é mesmo um negro símbolo do castigo.
ResponderEliminarBrilhante, como é hábito, claro.
Obrigado, Ivone. E ainda não chegámos ao horror de Junho e Julho em Torres Novas. Como as coisas estão, é possível que lá para Abril chegue Junho.
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