O céu de
azeviche e esquecimento,
Pobre animal
degolado na noite,
Cresce,
polvilha o horizonte de estrelas,
Ateia-se no
rumor da lua.
Os deuses
abandonaram-me,
Proibiram-me
os jardins e as fontes,
Cerziram-me
as pálpebras: Que da vida
Perdesse sentido
e do caminho, oriente.
O velho
frecheiro desviou o arco.
Seco
coração, deserto e cinza, cala-te,
Sombra rasgada
na brancura da parede.
Cansei-me
dos salmos da melancolia,
Cansei-me
dos frutos do pensamento,
Cansei-me
das noites ardidas de azul.
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