sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Poema 17 - De tudo a que chamamos vida


De tudo a que chamamos vida
o que resta depois da tarde
é a dor penetrante e sofrida;
no silêncio da noite ainda arde.

Nem vale a pena falar do coração,
dos dias que se abria ao ardor.
O que chega são sombras, partirão
para as terras que se calam ao sol pôr.

Caminhamos numa ilusão presos,
e na terra ansiamos o mar,
exaustos de sol e rosas no jardim.

Mas em cada passo que damos surpresos,
uma promessa de água por amar,
uma dor que a morte faz viver assim.

1 comentário:

  1. É muito difícil conseguir-se aliar a rara beleza à métrica sem se cair na facilidade. Aqui alcançou-se a rara beleza sem cair na dita facilidade. Nenhuma. Dos melhores sonetos que por aqui tenho lido.
    Ah e...ansiaremos sempre o mar.
    Muito bom.

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