quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um valete


A esperada recandidatura de Sarkozy é a prova provada de que a França já pouco conta. A direita francesa, que ainda tinha uma existência própria no declinar do gaulismo, é hoje em dia um joguete que balança entre o ordoliberalismo da senhora Merkel e o neoliberalismo de inspiração anglo-saxónica. A ausência de qualquer característica específica condensa-se na tentativa de manter um valete na função presidencial. No século XIX, o senhor Bismarck disse que o liberalismo era a estratégia de dominação inglesa, adoptá-lo na Alemanha seria entregar-se nas mãos dos ingleses. Hoje em dia, o problema mantém-se. As estratégias liberais não são políticas de valor universal, mas representam o interesse de certos países em detrimento de outros. No tempo de De Gaulle, isso ainda seria perceptível em França. Como se viu, Sarkozy pertence a um outro mundo, onde as nações não passam de meras conjecturas cujos interesses se podem questionar ou mesmo alienar, desde que isso interesse aos mercados. Não passa de um pós-nacionalista que, durante a campanha eleitoral, vai aparentar o que há de pior no nacionalismo. Uma questão de marketing eleitoral.

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