A absolvição do juiz Baltazar Garzón, no caso onde era acusado de prevaricação por ter investigado crimes cometidos durante o franquismo abrangidos pela amnistia de 1977, não anula a tensão surda que ainda existe em Espanha na sequência da guerra civil de 36-39 do século passado. A extrema-direita, agora que os compêndios de História lhe são desfavoráveis, tentou julgar a História na figura de um dos juízes que a tem protagonizado. Os familiares das vítimas do franquismo vieram para a rua em apoio de Garzón. O Supremo Tribunal, ao absolver o juiz, mostrou, porém, que a querela entre republicanos e nacionalistas, apesar de ainda forte, começa a perder sentido político no presente. A Espanha está mais preocupada com o futuro, se o tem, do que com o passado que teve. Uma condenação de Garzón abriria uma conflitualidade dentro da sociedade que a maioria dos espanhóis quer esquecida. Foi um exercício de justiça e de sensatez política.
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